quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Asas

como pode assim tão perto?
assim tão dentro
assim tão pele?
sendo alma
Sendo-se reconhecimento
sem ver, vendo em cego vôo?

Como pode assim tão próximo?
desconhecidamente familar
e ao mesmo tempo só fruição
sem perguntas do que ou como?
simplesmente sem se saber o que dizer?

como pode assim 
como restinga da marambaia
como mar, como gota de chuva
a tamborilar em notas azuis?

como pode
comigo, nesse sem
permanente sem
com isso tudo?

sentindo sem saber
vivendo um intante
de suspenso cotidiano,
encontro terra de tesousos
sem fim.
11.11.2021

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